
A campanha do Mirassol na elite do futebol brasileiro em 2025 é histórica. Em seu ano de centenário, o clube paulista surpreende pela regularidade e estrutura, consolidando-se como uma nova força do cenário nacional.
Para o atacante Zeca, que hoje brilha no futebol asiático, esse sucesso não é uma surpresa. Em entrevista ao portal Lance!, o ex-jogador do Leão afirmou que o crescimento do clube era “previsível” para quem viveu os bastidores.
Zeca, de 28 anos, defendeu o Mirassol na disputa do Paulistão de 2022, e teve uma passagem marcante: foram 13 jogos e seis gols. A boa fase abriu as portas para o futebol internacional, e desde então o atacante soma passagens por Coreia do Sul e China, onde atualmente defende o Shandong Taishan.
“Ver o Mirassol na situação que eles vivem hoje é zero surpreendente. Era previsível para todo mundo que passava por lá e via o nível de estrutura, o profissionalismo, o comprometimento da instituição”, afirmou o atacante.
Segundo ele, o clube já demonstrava sinais claros de que não permaneceria por muito tempo nas divisões inferiores: “Eu brincava com as pessoas: ‘É pecado um clube desses não estar na Série A’. O Mirassol oferece condições de trabalho melhores do que muito clube grande. Salários em dia, premiações pagas. Não tem conversa”, completou.
Gestão e estrutura como pilares do sucesso
Zeca destacou que, mesmo disputando a Série C na época, o clube tinha uma estrutura de Série A. Um dos exemplos citados foi o elenco formado por jogadores experientes, como Camilo, que já havia atuado na Seleção Brasileira. Para o atacante, o ambiente profissional e a gestão eficiente foram fundamentais para o salto de qualidade.
“Os caras eram muito organizados. Tinham academia moderna, estrutura de recuperação, profissionais qualificados. E isso é mérito de quem está no comando”, elogiou.

CE – FORTALEZA – 17/08/2024 – BRASILEIRO B 2024, CEARA X MIRASSOL – Zeca jogador do Mirassol durante partida contra o Ceara no estadio Arena Castelao pelo campeonato Brasileiro B 2024. Foto: Baggio Rodrigues/AGIF
Além da organização, o ex-Mirassol comentou sobre a ambição do clube desde os bastidores. “Você via que não era um clube acomodado. Tinha planejamento. Não é à toa que chegaram onde chegaram.”
Ascensão meteórica desde 2018
Fundado em 1925, o Mirassol só passou a ganhar destaque nacional a partir de 2008, com a primeira participação na elite do Paulistão. A virada definitiva, porém, veio a partir de 2017.
Em 2020, o clube conquistou a Série D, e dois anos depois levantou o troféu da Série C. Em 2023, quase garantiu o acesso à Série A, e em 2024 alcançou o vice-campeonato da Série B, assegurando sua estreia na elite nacional em 2025.

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A revolução foi impulsionada, em parte, pela venda de Luiz Araújo, revelado pelo clube e negociado com o Lille, da França. O Mirassol manteve 20% dos direitos econômicos do atacante e ficou com cerca de R$ 8 milhões — valor que ajudou a financiar melhorias estruturais e atrair jogadores para o projeto.
Campanha sólida e metas ambiciosas
Na Série A de 2025, o Mirassol já não é mais visto como coadjuvante. Com uma campanha sólida e ocupando a parte de cima da tabela, o Leão começa a sonhar com metas mais ousadas, como uma vaga na Copa Sul-Americana ou até na Libertadores.
“Hoje, quando vejo as postagens do clube, fico feliz. Banheira de gelo, academia moderna, tudo o que precisa. Tenho contato com algumas pessoas de lá e sei que eles evoluem a cada dia. A organização é nota mil”, finalizou Zeca.